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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Exploração: 23 mil crianças fazem trabalho doméstico no Ceará

Um total de 23 mil crianças de cinco a 16 anos são vítimas de exploração doméstica infantil no Ceará. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad 2008). Para o procurador do Trabalho e membro da coordenação colegiada do Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil, Antônio de Oliveira Lima, isso reflete a falta de prioridade por parte das gestão estadual e principalmente municipal para com as crianças.

Sensibilizar as pessoas a não compactuarem com essa prática é o grande desafio, assim como fazer o Governo priorizar as ações para essa área. "Você vai encontrar pessoas que justificam essa prática por estarem dando uma oportunidade de estudo para essas crianças. A gente tem que destacar que crianças e adolescentes têm direitos incondicionalmente, educação, saúde e convivência familiar".

O prejuízo do desenvolvimento psicossocial e emocional por estar longe da família e não ser tratada com dignidade são as principais consequência desse tipo de exploração. Segundo o procurador, para evitar esse problema é necessário retirar essas crianças dessa condições, mas como?", indaga.

Para ele, a partir do momento em que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)for respeitado pelos gestores, as políticas públicas forem direcionadas para as crianças, e a sociedade for conscientizada para que não aceite esse tipo de exploração, teremos uma outra sociedade.

Como parte das ferramentas de conscientização, foi lançada ontem a campanha "Trabalho Infantil Doméstico: História Sem Desculpa". O objetivo é desmistificar ideias que justificam o trabalho infantil doméstico e alertar sobre os prejuízos causados. A mobilização pretende, também, fortalecer ações contra esta prática, através dos meios de comunicação.

O maior desafio é sensibilizar a sociedade quanto à desnaturalização do trabalho infantil doméstico, destacando que a prática é uma violação dos direitos das crianças e dos adolescentes brasileiros.

Uma das ferramentas de sensibilização utilizada será o endereço (www.historiasemdesculpa.org.br) que traz informações sobre a problemática do trabalho infantil doméstico. Entre as demais ações da campanha, destacam-se três eixos: formação, pesquisa e mobilização.

O site está no ar e é fruto de parceria entre a Coordenadoria da Criança e do Adolescente (Funci), Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica) e o Fórum pela Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Adolescente Trabalhador (Feeti)
Fonte: Diário do Nordeste

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